A Sociologia do Conhecimento, segundo Merton (1970), interessa-se primordialmente pelas relações entre o conhecimento e outros fatores existenciais da sociedade ou da cultura. Por considerar que a exclusão social (ES) está, hoje, disseminada internacionalmente, tanto em expressão como em debate, pretende-se neste trabalho fazer a sociologia da sociologia da exclusão social. Para tanto será traçado, primeiramente, um histórico do tema, apresentando o desenvolvimento do debate teórico sobre essa questão. Em seguida, serão analisadas as obras de dois estudiosos brasileiros, Elimar Pinheiro do Nascimento e Pedro Demo, pelo fato de esses pesquisadores analisarem o mesmo objeto social por ângulos diferenciados, propondo soluções também diferentes para o mesmo problema. Na análise de suas obras, serão apontados os fatores responsáveis por esse problema e as soluções propostas por cada um deles e, ainda, será correlacionada a base existencial dessa produção com as suas respectivas produções intelectuais. Histórico do conceito exclusão social O termo exclusão social surge e torna-se corrente na França durante os anos 80. O termo “novos pobres”, até então predominante, cede lugar à expressão “excluídos” após a obra Les exclus (1974), de Lenoir, que define os excluídos como “resíduos que o desenvolvimento dos ‘trinta anos gloriosos’ parecia esquecer”(apud Nascimento, 1994, p. 289). Durante o governo de François Miterrand, a ES tomou-se tema de exposições, cursos, seminários, livros, revistas e jornais. Contudo, a discussão do assunto está relacionada apenas a duas esferas básicas: a do mundo do trabalho e a da sociabilidade.
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