O objetivo central deste texto é mapear a influência da sociologia weberiana na produção intelectual sobre o fenômeno religioso no Brasil. Mais especificamente, buscaremos compreender de que forma a prédica weberiana que estabelece a “afinidade” do protestantismo pietista com o “desencantamento” das imagens religiosas do mundo e a modernidade capitalista foi apropriada pela Sociologia da Religião, na tentativa de compreender o crescimento do pentecostalismo no Brasil. Assim, rastrearemos a produção sociológica, buscando estabelecer um paralelo entre as representações da sociedade e da cultura brasileiras presentes na forma como os pesquisadores recortam e analisam o fenômeno pentecostal. Concentraremos nossas atenções nos trabalhos que seguem a linha teórica traçada por Cândido Procópio de Camargo, que podemos expressar esquematicamente da seguinte forma: conversão, ruptura com o passado tradicional (aqui representada pela pertença impensada a uma religião – catolicismo), desencantamento das crenças, que levaria à individuação e à ação racional e, finalmente, a modernização da sociedade brasileira. Vemos, portanto, que a reflexão procopiana e a de seus seguidores insere-se em um quadro intelectual mais amplo, que remonta à década de 1930, preocupado com as razões do atraso brasileiro e suas possibilidades de superação. Palavras-chave: Palavras-chave Max Weber; Pentecostalismo; Desencantamento; Secularização; Modernização.
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