Pensar o desenho da criança de zero a seis anos já se constitui num desafio quando, olhando mais detidamente a bibliografia disponível, percebemos que muito tem se falado sobre desenho, até mesmo de desenho infantil, mas quase nada com um recorte específico em torno da produção dos pequeninos. Assim, acostumamo-nos com a idéia de ausência, de falta, ainda tão forte nas relações que vimos estabelendo ao longo dos anos com as crianças de maneira geral – e com as de zero a seis anos em particular – são aquelas que não falam, não andam, não lêem, não escrevem... não desenham? Partir para pensar o desenho dos pequenos enquanto produção a ser analisada e percebida de forma séria e particular leva-nos, antes de tudo, a sublinhar que consideramos estas crianças como sujeitos singulares que são, contextualizados, possuidores e criadores de história e de cultura, com especificidades em relação aos adultos – muito distantes da imagem corrente de adulto-em-miniatura ou cidadão-de-amanhã. São, sim, crianças: cidadãos de pouca idade, hoje.
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