Qualquer estudo sobre a música não se pode limitar a uma análise puramente técnica dos textos musicais. Esta forma de arte, tão concreta nos seus conceitos matemáticos e tão abstracta na sua essência, é extremamente rica do ponto de vista social e antropológico e, como tal, deve ser analisada em todas as suas vertentes. Considerando a dimensão do tópico, este trabalho limitar-se-á a aflorar alguns pontos de reflexão sobre a mesma. Apesar da Música, aparentemente, ter estado presente na vida dos seres humanos desde os seus primórdios, existiu e, por vezes existe ainda, uma tendência generalizada, tanto a nível nacional como internacional, para considerar a Música como uma Arte para um grupo de privilegiados que teriam, segundo muitos, o “dom”, por muito obscuro que esse termo possa parecer aos verdadeiros músicos. Era vista como uma área de estudo que deveria ser deixada a um grupo de especialistas com formação musicológica. Este tratamento deveu-se, em grande parte, a se considerar uma área demasiado específica e complexa e pouco relevante para a Cultura das nossas sociedades. Chegou-se a dizer, há muito anos atrás, que os Franceses eram “à nascença, desprovidos do sentido musical e que se devia a uma espécie de fatalidade” (Gagnard, 1974).
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