A rotina pode ter funções diferentes no contexto da educação infantil, dependendo da forma como é instaurada. Se for imposta de maneira rígida e inflexível, pode forçar a criança a se adaptar a ela, cerceando sua liberdade, criatividade e espontaneidade naturais. Por outro lado, pode haver um ganho no estabelecimento de uma rotina, facilitando que a criança ganhe confiança neste novo ambiente que virá a frequentar e que, tendo uma forma regular de se organizar (ainda que flexível em muitos aspectos), possa ajudá-la a controlar sua ansiedade diante do desconhecido. Na rotina com crianças pequenas deve-se garantir cotidianamente momentos diversificados de exploração dos vários aspectos e sentidos, mas, antes disso, a rotina em si é ponto crucial para que a criança se sinta segura e compreenda que ficará por determinado período na escola e que depois reencontrará seus pais ou familiares, podendo controlar sua ansiedade e medo de separar-se deles antes mesmo de ter uma noção de tempo propriamente dita. Uma sequência repetida e constante de propostas e ações dá à criança a possibilidade de prever e de alguma forma se sentir no controle do que vai acontecer com ela etapa por etapa, tranquilizando-se desta maneira. Na escola em que trabalho, a rotina se divide em cinco partes que se repetem diariamente com variações em seu conteúdo, mas mantendo a forma principal. Recebemos as crianças no parque de areia, momento prolongado em que eles exploram fisicamente o espaço através de brincadeiras simbólicas, espontâneas ou dirigidas.
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