Este trabalho tem como objetivo articular a categoria histórica gênero e o conceito de classe no contexto da vila operária inaugurada em 1892. O sistema vila-fábrica tinha como meta estabelecer uma relação harmoniosa entre os interesses do capital em contrapartida a exploração da classe trabalhadora. A imagem paternalista construída pelos industriais, visava confundir a autoridade patronal a do pai, para assegurar a integração dos(as) trabalhadores(as) ao aparato produtivo, resgatando a imagem da família para pensar a fábrica como uma extensão do lar, negando-se o conflito capital/trabalho, legitimando e restringindo os papéis sociais entre os "sexos", nos limites da esfera de produção (público) e reprodução (privado), e sugerindo a idéia de uma harmoniosa cooperação entre todas/os. Assim, a vila operária era um importante componente histórico para entender as relações hierarquizadas de gênero a partir do lugar de classe e os conflitos sociais oriundos dessa dinâmica de exploração e opressão: as greves operárias de junho (geral) e setembro (tecelãs), de 1919. PALAVRAS - CHAVE: Gênero, Trabalho, Produção e Reprodução.
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