Esta composição inicia-se em tom de solenidade, apresentando gradualmente materiais musicais muito elementares: um pulso, um sucinto silêncio, um intervalo, sons prolongados e...“quatro notas”. Numa homenagem ao Centenário da Universidade Federal do Paraná, estas notas simbolizam as quatro letras da sigla desta instituição (UFPR). A forma da composição foi pensada à maneira de um discurso dramático-sonoro onde aqueles materiais aparecem e reaparecem em contextos sempre diferenciados, numa analogia com o próprio discurso verbal. A intenção foi discorrer sobre as “quatro notas” (UFPR) tal qual um personagem completando cem anos (1912-2012), celebrando a travessia do século XX para o próximo milênio. A ciência e a arte caminhando juntas, dialogando com o desconhecido, o inesperado, o estranhamento e passando por diversos impasses, conflitos e descobertas na busca pelo conhecimento. Percurso este comentado musicalmente por fragmentos de tendências composicionais do século XX; passando e seguindo “os passos no rastro” do serialismo, pontilhismo, klangfarbenmelodie, polirritmias, texturalismo, notas congeladas, massas sonoras, paisagens, e um silêncio abissal... “Tal como temera numa noite distante de setembro, tinha escrito sua autobiografia dissimulada. Teve vontade de rir, e ao mesmo tempo pensou na pistola que guardava na escrivaninha.” (Júlio Cortázar)
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