O homem do nosso tempo ainda é o mesmo ser, que, premido pela necessidade de sobrevivência, deseja aplacar seus medos, entender-se e compreender o que lhe foge ao domínio. Mesmo agora, tanto quanto ontem, recorrerá de imediato ao pensamento mágico, objetivando solucionar a angústia da assimetria que a realidade lhe impõe. Esse arquê assinalará sua trajetória pela vida e será o mesmo que permeará seu sistema de crenças, pelo qual filtrará a realidade que o circunda. Perde-se na esteira dos tempos o instante em que os primeiros antropóides, reconhecendo-se em sua singularidade - frente à realidade física do mundo e aos acontecimentos, dos quais, eram os principais protagonistas - farão suas primeiras inquirições sobre o imponderável. De início, as explicações mitológicas lhes serão suficientes e lhes responderão por que o mundo e a vida serão tais quais lhes pareceriam ser. Atribuir-se-á aos gregos as primeiras críticas ao pensamento mágico-mitológico. Por volta de 600 a.C (com os pré-socráticos), surgirão os primeiros pensadores preocupados com as questões relacionadas à natureza. Serão eles que estabelecerão uma forma "científica" de pensar o mundo, totalmente nova, utilizando a observação como método de apreensão da realidade e da pragmática religiosa emprestada pela mitologia.
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