As mídias (em especial a televisão), têm exercido, nas últimas duas décadas, decisivo direcionamento de tendências no âmbito cultura corporal de movimento, com importantes repercussões para a Educação Física. Tais tendências foram apontadas por BETTI (1998, 2001): a) polissemia do esporte; b) novas esportivações - fenômeno que tende a assimilar diversas formas da cultura corporal de movimento ao modelo do esporte espetáculo; e c) progressiva clivagem do esporte telespetáculo das demais formas da cultura esportiva, cunhada pelas mídias e pelas grandes corporações econômicas, as quais, cada vez mais, assumem o gerenciamento do esporte como espetáculo televisivo; essa tendência distancia, na sua forma (embora não no seu simbolismo) o esporte telespetáculo do esporte que busca valores associados ao lazer, à educação e à saúde. A cultura corporal de movimento no mundo contemporâneo alargou-se, as práticas se multiplicaram e pulverizaram: ginástica aeróbica, tai-chi, musculação, wind-surf, hidroginástica, skate, capoeira, street dance, dança-afro, rappel e tantas outras. A denominação “esporte”, sob o patrocínio das mídias (pois é preciso facilitar para o grande público o reconhecimento dos produtos), passou a designar essa diversidade de práticas, as quais já não atendem mais aos critérios clássicos da Sociologia do Esporte que definem o que é esporte: competição, comparação de desempenhos, busca da vitória ou recorde etc. Fala-se em prazer, bem estar, aventura, desafio, natureza, diversão. A Sociologia do Esporte foi subvertida, o fenômeno lingüístico da polissemia, ampliou o significado da palavra “esporte”, nos termos de RICOUER (1987, p. 60): “Porque temos mais idéias do que palavras para as expressar, temos que alargar o significado que a elas atribuímos no senso comum”
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