Até o ano de 2003, o Esporte teve suas ações governamentais regidas pelo Ministério de Turismo e Esporte, o que dificultava a prioridade de ações e de orçamento. Como consequência, havia ausência de uma política com programas e ações contínuas e articuladas, de abrangência nacional, que relacionasse o público e o privado no desenvolvimento do setor. Dessa forma, as ações eram oferecidas por programas e por projetos localizados e de pequeno porte, sem mecanismos de reprodução estadual ou municipal. Eram essas as características do Esporte na Escola e do Esporte Solidário, programas voltados para práticas de esporte nas escolas e na comunidade. Porém, foram tais experiências que serviram de base para o Programa Segundo Tempo, em 2003. As atividades correlatas à pesquisa eram, também, pontuais e voltadas apenas à manifestação esportiva do alto rendimento com a rede Centro de Excelência Esportiva (Cenesp), em que os resultados pouco impactavam nos resultados esportivos dos nossos atletas, pois havia uma lacuna na relação direta entre os estudos e pesquisas realizadas com a formação de atletas. O tratamento dado ao esporte de alto rendimento prescindia da perspectiva de política de Estado. As ações reguladas não previam destinação de recursos para o apoio e manutenção direta de atletas com dificuldade de patrocínio que apresentassem bons resultados em sua categoria. No futebol, a grave situação de endividamento dos clubes e o alto índice de violência nos estádios não eram enfrentados com políticas públicas. Essa questão mobilizou o segmento esportivo do futebol, resultando no Projeto de Lei do Estatuto do Torcedor, encaminhado pelo Executivo em 2002, sancionado em 2003. Em relação à infraestrutura de esporte, segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2003, nos municípios brasileiros, menos da metade das cidades fazia parcerias ou convênios voltados para o esporte e 88% das escolas municipais não possuíam instalações esportivas. A presença dos demais equipamentos esportivos pesquisados era ainda mais reduzida: 7,4% tinham complexos esportivos, 1,6%, complexos aquáticos, 1,1%, kartódromos, 0,2%, autódromos e 0,03% tinham hipódromos ou similares.
Copyright © 2024 CliqueApostilas | Todos os direitos reservados.