Nos primeiros momentos de ocupação do solo, o vinho, o trigo, e, depois, o açúcar, surgem como elementos aglutinadores desta peculiar vivência com inevitáveis implicações políticas e urbanísticas. Os primeiros materializaram a necessária garantia das condições de subsistência e do ritual cristão, enquanto o ultimo encerrou a ambição e voracidade mercantil da nova burguesia europeia que fez da Madeira o principal pilar para afirmação na economia atlântica e mundial. O processo é irreversível de modo que, em consonância com os movimentos económicos sucede-se uma catadupa de produtos, com valor utilitário para a sociedade insular, ou com capacidade adequada para activarem as trocas com o mercado externo. Se na primeira fase o domínio pertenceu à economia agrícola, no segundo, que se aproxima da nossa vivência, ele reparte-se em serviços, industrias artesanais (vimes e bordado) e de novo produtos agrícolas. O enquadramento e afirmação económica não é pacífico, sendo feito de embates permanentes entre essa necessária manutenção de subsistência e da animação comercial externa. Desse afrontamento resultou a afirmação, num ou noutro momento, do produto que adquire maior pujança e numero de defensores nessa dinâmica. É nesta luta permanente de produtos de uma subsistência familiar, local e insular com os impostos pela permanente solicitação externa que se alicerçou a economia da ilha até ao limiar do século XIX. Deste modo esses produtos serão os pilares mais destacados para a compreensão da realidade socio-economica madeirense, ao longo destes quinhentos anos, com reflexos inevitáveis na actualidade. Por isso proponho uma breve reflexão sobre a sua importância no devir e quotidiano madeirense.
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