Mal uma música começa a tocar, as crianças da EMEI Brigadeiro Eduardo Gomes, em São Paulo, começam a se mexer. Criar movimentos diferentes, sempre na forma de brincadeiras e numa constante interação com os colegas, já faz parte da rotina delas. Esse é o resultado de um longo projeto de dança, aplicado sistematicamente pela equipe e não só em época de festas. "A dança ainda é entendida de forma equivocada por muitas escolas, que costumam apresentála somente nas datas comemorativas e na forma de reproduções de coreografias prontas", avalia Isabel Marques, do Instituto Caleidos, de São Paulo. A definição que se dá a ela é um ponto de discórdia entre especialistas. O Referencial Curricular Nacional detalha apenas o trabalho com movimento incluindo conteúdos de expressividade, equilíbrio e coordenação e dilui algumas orientações didáticas. Se considerada uma atividade de técnicas e passos predeterminados relacionados a cada estilo o que acontece freqüentemente , a dança se torna uma prática inadequada para a faixa de 4 a 5 anos. Há, no entanto, diversos especialistas que discordam dessa linha, como Márcia Strazzacappa, da Universidade Estadual de Campinas. "Dança é todo movimento humanamente organizado com uma intenção", define. Por trás desse conceito está o pensamento do etnomusicologista e antropólogo britânico John Blacking. Sem estar aprisionada a formatos, ela pode ser vivenciada por pessoas de qualquer idade. "O que varia é a metodologia de ensino", alerta Isabel.
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