Este trabalho busca refletir sobre o estatuto do corpo e do movimento nas artes a partir da noção de sensação, como empregada no pensamento do filósofo francês Gilles Deleuze. Tal propósito se fará a partir do singular encontro entre os trabalhos de um pintor/desenhista e um dos mais emblemáticos bailarinos clássicos. O corpo em movimento, quando atinge o estado de dança, não se reduz a uma forma, a uma representação, nem a uma mecânica. Antes, pelo contrário, sua leveza singular afeta-nos sobremaneira. Tal afecção será tomada como fio condutor de nossa análise, tendo em vista as diferentes sensações e expressões que pode suscitar. A sensação de um corpo que dança pode expressar-se na dança em si como também no desenho. Que relações esses diferentes meios de expressão do corpo dançarino podem estabelecer entre si? Que acontecimentos singulares podem emergir nesse encontro particular? Antes que forma, linhas de força e expressão. Corpo-vibração, torrente de afectos e perceptos, constituindo sensações que diferentes meios artísticos expressam diferentemente.
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