Entendemos, junto a autores como Elhajji (2005) e Jenkins (2008), que a convergência de mídias é um fenômeno localizado no nível dos conteúdos ou textos midiáticos, sendo cientificamente analisável sob diversos prismas, entre os quais o dos impactos linguísticos que promove. Partindo dessa premissa, no presente trabalho, realizamos um mapeamento preliminar de alguns gêneros do discurso audiovisuais dispersos em mais de uma mídia, com o objetivo de verificar se o fenômeno da convergência - entendida como a migração de determinados tipos de enunciados ou conteúdos entre suportes distintos - é capaz de desencadear mudanças na organização dos mesmos em gêneros discursivos. Acreditamos que algumas variáveis, portadas pelos enunciados audiovisuais, impõem restrições e potencialidades a esse processo migratório, quais sejam: o suporte, o regime semiótico e os efeitos de verdade. Um estudo-piloto, destinado a fornecer subsídios para nossa pesquisa de mestrado em andamento, indica que tais variáveis, em maior ou menor medida, são facilitadoras de transmutações de gêneros localizados no entorno da convergência entre a web 2.0 e a televisão brasileiras. Utilizamos como corpus de análise, de um lado, vídeos postados no Youtube, e de outro, matérias e vídeos amadores, produzidos por espectadores, e veiculados em programas como o Fantástico, da Rede Globo.
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