Caminhando pelos campos de cerrado na região de Diamantina em Minas Gerais, é comum avistar algumas pessoas, a pé ou numa simples bicicleta, carregando grandes sacos cheios de flores. Estes sacos de flores são também encontrados empilhados, nos pontos de ônibus na estrada, como se fossem ser recolhidos por alguém. Como descrito por P.e Celso, a região do antigo Arraial do Tijuco é famosa pelas flores secas que fizeram parte da história e formação da identidade dos diamantinenses. Ao realizar um trabalho de campo pelo Setor de Arqueologia da UFMG em 20071 em Diamantina, tive o meu primeiro contato com estes floristas dos campos que deixavam seus vestígios pelas estradas pelas quais percorríamos. Enquanto andávamos nos campos procurando sítios arqueológicos avistávamos essas pessoas coletando flores, mais especificamente as sempre- vivas, uma espécie de flor típica do cerrado mineiro, característica por ser uma “flor seca”, ou seja, depois de extraída ela não sofria modificações. Encontrávamos também casinhas improvisadas de madeira, ou marcas de fogueiras ou fogões de pedra dentro das lapas, com restos de alimento e roupas indicando que alguém havia acampado por ali. O vilarejo em que encontramos tais pessoas e seus vestígios chama-se Galheiros e é sobre tal comunidade que aqui escrevo.
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