Anthony Braxton é o não-músico. O multi- -instrumentista que se auto-denomina “um estudante profissional de música” perspectiva a música não como um fim, mas como veículo para a exploração de ideias de outra ordem: “dou por mim a pensar em mim como um cien- tista frustrado. Não estou de todo interes- sado em música. Nem estou interessado em espiritualismo. Estou apenas interessado em matemática e tecnologia. Uso a música como meio para atingir um certo tipo de ideias con- ceptuais que me atraem. A música é o cami- nho mais rápido que consegui encontrar para chegar aonde pretendo. Mas se houvesse um caminho mais rápido, seguiria esse caminho” (Braxton, 1971). O homem que estudou mate- mática e se tornou obcecado pelo xadrez define a música como “geometria sonora” e considera a música e a matemática como duas faces da mesma realidade.