Muitos dos principais autores que se debruçaram sobre a análise de rituais de iniciação indicam a natureza paradoxal destes eventos. Neste artigo pretendo mostrar como alguns paradoxos são constitutivos da Festa da Moça Nova – o principal ritual executado pelos Ticuna, povo de língua isolada habitante da calha do Rio Solimões (AM) – que marca a iniciação à vida adulta da menina ticuna. Para tanto, abordarei as duas principais “condensações rituais” (Houseman) – ou seja, a ocorrência paradoxal de padrões relacionais opostos simultaneamente – que acontecem na Festa: (1ª) aquela que acontece entre homens e mulheres; e (2ª) entre mortais e imortais. Estas duas “condensações” terão como fio condutor noção ticuna de poluição (puya) ou os chamados “males do corpo”. Palabras-chave: Ticuna, Ritual, Gênero, Vida Breve
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