Quando se discute a relação entre ciência e religião, a saída mais sensata é a definição de papéis. No século XVI, Galileu Galilei (1564-1642) já chamava a atenção para esta diferença: “à ciência cabe dizer como vai o céu, e à religião como se vai ao céu”. A dificuldade de se separar a função da ciência e da função da religião foi a causa de muitas polêmicas no início da era moderna, quando a ciência começou a se definir como a entendemos hoje. Galileu foi pressionado a se retratar diante do tribunal da Inquisição, dizendo que era falsa a idéia de que a Terra girava em torno do seu eixo e em torno do sol. Com a modernidade, a ciência desenvolveu métodos próprios de investigação e se tornou laica, isto é, independente da religião. Mas este processo foi lento e até hoje muitas pessoas ainda têm dificuldade em conciliar ciência e fé. Augusto Comte (1798-1856) defendia que o conhecimento humano passa por três estágios: o religioso, o filosófico e o científico. Na época religiosa, o homem explica os fenômenos recorrendo a causas sobrenaturais; na época filosófica, explica recorrendo a princípios racionais; na época científica, explica por meio das leis naturais, as quais explicam por si só os fenômenos. Porém, na prática as pessoas continuam vivendo esses estágios de maneira desigual
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