A abordagem didática de uma matéria como Regência Musical é bastante difícil, não só pela complexidade da atividade em si, mas pelo mistério que a verdadeira condução musical encerra, fruto de pura vocação, muito conhecimento e longa experiência. Portanto, não é de surpreender que a literatura existente no mundo a respeito desse tema seja tão escassa, sobretudo no Brasil, onde praticamente inexiste. “Uma coisa é reger e outra bem diferente é dar aula de regência. É preciso muito mais de quer ser apenas um bom músico para ser Regente”. A regência é o ato de transmitir a um conjunto instrumental ou vocal por meio de gestos convencionais, o conteúdo rítmico e expressivo de uma obra musical. A necessidade de se manter em uniformidade rítmica e expressiva, todos os planos sonoros de uma obra musical, fez surgir à figura do Regente. A complexidade de detalhes que encerra uma partitura moderna, com seus ritmos profusos, suas harmonias dissonantes e sua exuberante dinâmica, exige do Regente, outrora um simples batedor de compasso, conhecimentos amplos de música aliados a qualidades de comando. A técnica de gesticulação está sujeita ao temperamento artístico do Regente e à interpretação que cada um deles entende de transmitir ao conjunto. Todavia, nem sempre as normas de conduta do Regente são necessariamente claras e precisas. Aconselhamos em nosso curso uma gesticulação discreta mas enriquecida de lances que revelem o verdadeiro espírito emocional da trama sonora que se desenvolve na partitura. A gesticulação desmesurada, urdida com fins sensacionais, pode agradar ao público, que desconhece inteiramente as normas de regência, mas causam repulsa aos músicos da banda ou orquestra.
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