A Química é uma ciência que desempenha um papel expressivo na atividade econômica do Brasil e no padrão de vida da sua população. A sua contribuição é marcante no parque industrial do país numa gama ampla e diversificada de setores tais como a petroquímica, a indústria farmacêutica, de tintas, de borrachas, plásticos, a indústria de alimentos, papel, couro, defensivos agrícolas e fertilizantes, a indústria têxtil, e óleos e combustíveis. A função histórica da Química como ciência foi vista como dirigida para a transformação de matérias primas básicas (petróleo, carvão mineral, extratos de plantas, minérios, gás natural, etc.) em produtos finais de utilidade prática. As transformações químicas são decorrentes de processos desenvolvidos em escalas que podem ser desde bancadas de laboratório até plantas pilotos e unidades de grande porte. A grande inovação surgida na Química dos tempos atuais surge da importância crescente do domínio das técnicas de preparação, ou fabricação, de produtos químicos de elevado valor agregado, produzidos geralmente em pequena escala, e que podem funcionar como intermediários de produtos finais considerados quimicamente nobres e altamente cobiçados. Esta evolução traz embutida nela uma transformação substancial de tecnologia e de métodos com relação à abordagem dos produtos da indústria química pesada, considerados hoje como “commodities”. Um segundo fator importante na visualização do papel da Química na vida moderna tem sido o despertar de uma consciência na sociedade sobre a importância de conciliar a fabricação e uso de produtos químicos e de recursos naturais com a preservação do meio ambiente e das condições de vida da população. A Química reúne hoje um conjunto de disciplinas afins com forte interdependência entre elas que não sempre obedecem uma separação nítida. Entretanto, a compartimentalização da Química é visível no Brasil no ensino superior universitário e técnico, seguindo uma visão histórica aceita globalmente conforme as modalidades: a) a Química como ciência básica; b) a Engenharia Química, orientada principalmente para estudos de processos industriais e com forte preocupação na formação de profissionais; c) a Química Farmacêutica, orientada para o treinamento de especialistas em áreas como análises clínicas e de alimentos, e atuante na área de fármacos; d) a Química Técnica ou Tecnológica, orientada para a formação de técnicos em especialidades industriais definidas (papel, couro, têxtil,etc.); e f) a Bioquímica, cuja origem no Brasil se remonta freqüentemente às Faculdades de Medicina ou às Faculdades de Farmácia, e que hoje recebe forte contribuição da Biologia Molecular e se projeta a passos agigantados através da Biotecnologia. A artificialidade desta separação é freqüentemente visível na prática devido a interdisciplinaridade que caracteriza a ciência e a tecnologia levando a equívocos naquilo que se espera de cada especialidade
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