O que difere intelectualmente o ser humano dos demais animais é a complexidade do seu córtex cerebral, aquela "casca enrugada" que recobre todo o cérebro e onde se processam as maravilhas do raciocínio, da fala, e que nos torna superiores às pererecas, às antas e aos tamanduás. É justamente por causa deste córtex que o ser humano não se limita exclusivamente a atender aos impulsos dos instintos; ele tem habilidade especial para raciocinar. Esta habilidade começa a se manifestar logo nos primeiros dias de vida e não cessa nunca, até a morte. Acontece que raciocínio é, basicamente, comparação de informação. Eu explico: Os nossos sentidos - visão, audição, olfato, tato e paladar - captam as informações do mundo exterior e enviam para o centro da memória onde elas são processadas, associadas à outras informações já registradas, comparadas e só, então, são devidamente "armazenadas". Quando raciocinamos, na verdade, estamos só comparando informações que já temos registradas na memória. Um exemplo: eu peço que você desenhe um arará típico das índias urubu. Se você não souber o que é um arará, certamente não conseguirá desenhar, não é mesmo? O raciocínio, em qualquer circunstância, só é possível se você tiver informações pertinentes ao assunto. Esta "exigência" do cérebro obriga o ser humano a ter uma explicação para todas as coisas que percebe, tenham estas explicações fundamento lógico ou não. Isto é muito importante: todas as pessoas precisam ter "explicação" para tudo. Se não as têm, "importa" de outras pessoas ou até mesmo, inventa.
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