Coexistem em “Violoncelo” o encantamento mágico da musicalidade com suas sinestesias, correspondências, mais o prazer estético que daí derivaria, elevado à forma de vida, a vida como estética, por um lado e, por outro, o mundo do desastre e do naufrágio. Até certo ponto coexistem de modo pacífico. Contempla-se fascinado a arte do naufrágio. Naufrágio poetizado, e violento. O náufrago (se é que aí há um, porque a voz lírica não se personaliza) contempla. Também nos determina que ouçamos as ruínas, sendo esta a única vez em que se dirige a nós e, dessa forma, situa-se no poema.
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