Chegar à terceira edição é motivo para comemorar. Não é só pelo simbolismo do número três, místico, santo, meio inabalável. O que acaba, de fato, afetando a nós, da Cisma, é muito mais o estarrecimento de “como é que isso deu certo?”, aliado à pergunta que continua a nos instigar: “para onde podemos ir agora?”. Percebemos que, nesses três números, fizemos um caminho, talvez inconsciente, curiosamente marcado pela negatividade: da impossibilidade do “Tudo já foi dito”, nosso primeiro tema, à proposta de enfrentar a literatura (e a crítica) tal como a concebemos em “Literatura contra literatura”, chegamos aos versos de Vinicius de Moraes, desafiadores, luminosos e certeiros: “Quem de dentro de si não sai/ vai morrer sem amar ninguém.” Isso tudo partindo do nome um pouco dramático que escolhemos para a revista. Cismar, separar, se contrapor, negar, partir do impossível para, enfim, sair de si em direção ao outro: parece haver um sentido em tudo isso. Vamos por partes.
Copyright © 2024 CliqueApostilas | Todos os direitos reservados.