A ecocrítica, enquanto movimento relativamente novo nos estudos culturais, tem estado extraordinariamente livre de crítica teórica interna. Tem havido debates sobre ênfases e lacunas, mas isso não desafi ou diretamente as posições de quem originou o movimento. Ao contrário, esses debates apontam para novas direções para a pesquisa em campos variados: ecofeminismo, textos tóxicos,2 natureza urbana, darwinismo, literaturas étnicas, justiça ambiental e ambientes virtuais, por exemplo. A ecocrítica não desenvolveu uma metodologia de trabalho, embora sua ênfase na interdisciplinaridade assuma que as humanidades e as ciências devem dialogar e que seus debates devem ser informados igualmente pela atividade crítica e criativa. Essas práticas são radicais o sufi ciente para quem se localiza dentro das demarcações disciplinares e das carreiras acadêmicas. É possível que a ausência de uma metodologia forneça a razão para a falta de um debate interno na década, desde o primeiro congresso da ASLE,3 em Fort Collins, em 1995. Não existem princípios teóricos fundamentais ou prática ecocrítica essencial contra a qual se rebelar. De fato, a própria inclusividade e civilidade da ecocrítica, que distingue sua conduta, pode ter sido a sua fraqueza e pode explicar porque um determinado número de colaboradores/as do debate, de Joseph Meeker (1972) a Kate Soper (1995),4 que ofereceram afi rmações singulares e relevantes, saíram da cena ecocrítica. Assim, há duas críticas e duas grandes visões panorâmicas do movimento, oferecidas aos ecocríticos, nos últimos quatro anos.
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