Um dos principais expoentes da autonomia tem sido o movimento feminista, cujas necessidades haviam sido historicamente adiadas pelo «partido revolucionário» até após a conquista do poder do Estado e o estabelecimento do socialismo, tendo a questão de género sido firmemente subordinada à da classe. Os movimentos feministas em particular tenderam a ser autónomos, considerando que as mulheres enquanto categoria social têm sofrido a opressão patriarcal em todas as suas relações sociais, incluindo dentro de partidos políticos de esquerda, sindicatos, movimentos sociais e pelos próprios revolucionários. Estavam entre os primeiros em Itália e não só, após a experiência importante mas, no final, profundamente ambígua dos movimentos de 68, a desenvolver uma crítica fundamental das formas e práticas políticas da «Nova Esquerda», que, na prática, se não na teoria, minimizava as necessidades e as diferenças das mulheres, subordinando-as às exigências da luta de classes, de forma semelhante às organizações da antiga Esquerda Institucional. Esta crítica levou muitas mulheres a deixarem partidos ou grupos pertencentes à «Nova Esquerda» no início dos anos setenta para formarem as primeiras organizações feministas auto-organizadas, provocando assim, juntamente com o questionar da participação na «luta armada»1 , a sua crise. Tal levou à dissolução e à criação, dos fragmentos restantes, da Autonomia, um movimento social radicalmente anti-capitalista, influenciado pela crítica feminista aos métodos organizacionais, mas no qual relativamente poucas feministas participaram.
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