A identidade tem feito parte das atuais preocupações dos historiadores no que diz respeito à afirmação e à adaptação de grupos sociais em constante mobilidade. Este trabalho procura focar a construção da identidade para imigrantes italianos no Rio Grande do Sul durante o período de 1930 a 1945 através do jornal Correio-Riograndense. Primeiramente se estuda a relação existente entre a vinda do clero estrangeiro e dos imigrantes italianos com o processo de reforma que a Igreja nacional procurava implantar no país durante o século XIX. Neste contexto, o surgimento de uma imprensa católica apresenta estreitas ligações com os objetivos de uma presença efetiva do clero em meios a seus fiéis. Essa imprensa, em especial a da região colonial italiana, foi portavoz dos ideais da Igreja em meio a uma sociedade altamente clericalizada, procurando moldar a imagem e representar os interesses dos colonos locais. As décadas de 1930 e 1940 serão especialmente fecundas de experiências em que a identidade desta comunidade procurará uma via de comunicação com a sociedade nacional ao mesmo tempo em que reforçará a sua especificidade européia. Catolicismo, Fascismo e Nacionalismo cruzam-se neste debate e compõem o quadro em que se dará a redefinição da identidade imigrante local.
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