História Contemporânea

História Contemporânea

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Detalhes

  • Categoria: História
  • Autores: Faculdade de Educação Teológica
  • Quantidade de Páginas: 117
  • Data de Inclusão: 10/11/2016
  • Formato do Arquivo: PDF
  • Tamanho do Arquivo: 2.663 KB

estudo das Revoluções Burguesas nos remete, inicialmente, à discussão acerca da natureza e do caráter das mesmas. Na realidade, não se trata de revoluções conscientemente planejadas, dirigidas e executadas pela burguesia. Na maioria das vezes, a burguesia demonstrou um caráter reformista e não-revolucionário, tendendo, inclusive, à conciliação com setores da própria classe dominante. Se analisarmos as duas revoluções burguesas consideradas como modelos clássicos, e que serão objeto de discussão no presente capítulo — a Revolução Inglesa de 1640 e a Revolução Francesa de 1789 — o que chama a atenção é o fato de que não foi a burguesia a classe que conduziu o movimento à vitória final. Esta observação não invalida o caráter revolucionário da burguesia nesses movimentos. Em ambos, nos momentos em que a contra-revolução é mais ativa, não foi a burguesia que garantiu a continuidade dos processos revolucionários. Foram as massas camponesas e urbanas, sobretudo através de seus setores mais radicais (os levellers e diggers, na Inglaterra e os sans-culottes na França), que liquidaram com as possibilidades de retorno à antiga ordem e até mesmo ultrapassaram os limites propostos pela burguesia. As revoluções burguesas assistiram, pois, à gestação de revoluções populares que prenunciaram a ação revolucionária posterior do proletariado. Assim, se elas não são exclusivamente burguesas, elas são, na realidade, essencialmente burguesas. Ao liquidar com a antiga ordem feudal-absolutista, elas destravaram o avanço das forças produtivas capitalistas. Como observou Christopher Hill: "o que eu penso entender por uma revolução burguesa não é uma revolução na qual a burguesia faz a luta — eles nunca fizeram isso em nenhuma revolução - mas uma revolução cuja ocorrência limpa o terreno para o capitalismo". É importante considerar, finalmente, a distinção feita pelos historiadores do caráter "passivo" ou "ativo" das revoluções burguesas. A discussão sobre esse tema, desenvolvida sobretudo pela historiografia marxista, parte do princípio de que as chamadas "revoluções ativas" seriam as verdadeiramente revolucionárias e democráticas, realizadas "de baixo para cima" e com efetiva participação das massas populares. Já as "revoluções passivas" seriam aquelas realizadas "pelo alto" ou "de cima para baixo", em que a burguesia atinge o poder através de arranjos e acordos com setores da nobreza. Enquanto lê os textos e documentos ? (*) Esta coletânea foi organizada por Adhemar Martins Marques, professor de história moderna e contemporânea da Faculdade de Filosofia Belo Horizonte; Flávio Costa Berutti, professor de história moderna, da PUC-MG; e Ricardo de Moura Faria, professor titular de história moderna e contemporânea da Faculdade de Filosofia Belo Horizonte.

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