O crescente desenvolvimento das obras de engenharia civil e a necessidade de utilização de terrenos progressivamente de pior qualidade têm levado ao reconhecimento, cada vez mais generalizado, da importância e consequente indispensabilidade da adequada caracterização geológica e geotécnica dos terrenos interessados pela respectiva construção a fim de, com segurança, se prever o seu comportamento em face das respectivas solicitações. Tal tem-se mostrado particularmente evidente em obras cuja implantação interfere significativamente com a estabilidade de elementos da crusta terrestre, nomeadamente obras subterrâneas, barragens, pontes, estradas e vias férreas. Simultaneamente, o desenvolvimento dos conceitos de planeamento e de protecção do ambiente, tem conduzido a uma participação cada vez maior de estudos geológicos e geotécnicos das respectivas regiões na definição das aptidões dos terrenos para as diversas ocupações possíveis ou desejáveis. Pode pois dizer-se que é hoje prática corrente fazer acompanhar o estudo de barragens, pontes, túneis, estradas, obras marítimas, edifícios, materiais de construção, planos de desenvolvimento regional e urbano, etc., do reconhecimento geológico e caracterização geotécnica dos terrenos directa ou indirectamente associados ao empreendimento, dependendo o pormenor desse reconhecimento da natureza das formações geológicas e do tipo e grandeza das solicitações. Aceita-se, para certos casos mais simples, que o estudo geológico e geotécnico se limite ao reconhecimento geológico de superfície desde que efectuado por técnico com a formação adequada, enquanto, para outros, ter-se-á que recorrer a diversas técnicas de prospecção e de ensaio até se conseguir uma descrição satisfatória das características dos terrenos interessados pelas obras ou, ainda, ao acompanhamento durante a sua construção para ir confrontando os estudos anteriormente realizados com as situações realmente encontradas.
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