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Eu quero um mundo melhor. Eu quero ser feliz. Certo dia alguém (não me lembro quem) disse que um homem tem uma escolha a fazer: ou ser alguém na vida, ou ser feliz. O argumento é que o homem que quer fazer a diferença precisa olhar para o passado e pensar o tempo todo no futuro. Viver no futuro. Por ser imutável, o presente não merece atenção, sendo apenas meio a ser compreendido, e não vivido, para que se possa projetar o futuro. Já o homem que quer ser feliz precisa viver essencialmente o hoje, aproveitá-lo da melhor maneira, entendendo o futuro como uma sucessão de “hojes”. Finita. “Engenheiros realizam sonhos”. “Engenheiros de produção realizam sonhos em massa”. Quanto não vive no futuro o trabalho do engenheiro? Engenheiro no sentido amplo, não apenas aquele que possui o diploma, mas sim todos que fazem projeto e gestão. Projeta-se sempre para o futuro. Se gere o futuro. O trabalho humano, embora aconteça no presente, é voltado para o futuro. Daria para não ser assim? O fato é que o gosto do trabalho vem mudando. O resultado do trabalho também. Para pior? A questão é que independentemente de estar melhorando ou piorando, eu quero um mundo melhor. Contudo, há uma inquietação, um problema, ou no jargão da engenharia, um trade-off: ao mesmo tempo que existe esse motor de mudança no mundo, eu quero ser feliz. Em meu caminho, retornando da faculdade, encontro várias lixeiras em minha rua. Caçambas grandes de lixo, da Comlurb, laranjas, do tamanho de uma pessoa, várias juntas, com um ar de sujeira, com a ideia imutável do fedor daqueles objetos rondando até os que passam de longe. O problema é que a paisagem não está completa. Junto das lixeiras, estão pessoas catando os restos de comida e material reciclável. E as lixeiras são altas. Quando elas estão viradas no chão, com o lixo (que não é pouco) espalhado por toda a calçada (e o fedor também), a paisagem não é tão feia. Ando pela rua para desviar do lixo de bom grado. O problema é quando as pessoas estão dentro da lixeira. Com o corpo todo. Dentro da lixeira.
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