Abordar o problema das origens é muitas vezes uma maneira de mascarar uma dificuldade básica na criação de uma história de um tema. O design parece-me ser um caso exemplar, em que há uma série de assuntos por esclarecer: a definição de áreas e, consequentemente, a legitimidade de um tratamento específico para o design de objetos, encarado como distinto do design em geral; a relação entre o design e a sociedade industrial dita avançada; a diferenciação de estatuto profissional entre designers e arquitetos e o pressuposto de que não há inter-relação entre os dois papéis; e tantas outras questões. Devemos, no entanto, reconhecer – mesmo com todos estes limites, que devem ser clarificados e examinados do ponto de vista das suas motivações e fundamentos –, que o problema se mantém porque, em termos concretos, as Histórias do Design têm um princípio, isto é, estabelecem um momento a partir do qual se inicia uma nova história. Por seu lado, estas histórias oferecem um modelo diferente para a análise da História, não só devido ao seu ponto de partida, mas também à "ideologia" em que se assentam. Em resumo, apesar da questão das origens parecer um “falso problema” típico, não podemos deixar de concordar que ela está na base de todos os tratamentos e abordagens críticas ao design de objetos. Será, pois, conveniente verificar a razão de ser destas “histórias” e perceber como podem e devem se hoje entendidas.
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