A preocupação com a memória e o Patrimônio Cultural vem ganhando espaço entre os profissionais da Gastronomia, exigindo diálogo constante com estudiosos de áreas como história, artes, pedagogia, arquitetura e urbanismo, antropologia, sociologia e turismo. Nessa perspectiva, vem adquirindo importância o chamado Patrimônio Cultural Imaterial, marcado por manifestações, saberes, formas de expressão, celebrações e lugares. O Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional - IPHAN, a partir do Decreto 3.551 de 4 de agosto de 2000, reconhece a imaterialidade como bem cultural ao instituir o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial. Segundo o IPHAN, o registro favorece o processo de conhecimento, comunicação e reivindicação por parte dos grupos envolvidos, sendo assim uma forma de reconhecimento e de valorização desses bens. Entre os 22 bens registrados até outubro de 2011, 04 estão intimamente vinculados a aspectos da gastronomia, sendo eles: o Ofício das Paneleiras de Goiabeiras, o Ofício das Baianas de Acarajé, o Modo artesanal de fazer Queijo de Minas, nas regiões do Serro e das serras da Canastra e do Salitre, e o Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro. No Paraná, a Coordenadoria de Patrimônio Cultural é encarregada dos assuntos relativos à preservação do patrimônio arqueológico, histórico, artístico e natural do Estado (Lei Estadual nº 1.211/53) e, em Londrina, foi aprovado em 2011 projeto de lei que aborda aspectos da preservação do patrimônio cultural local. Neste mesmo sentido, a UNESCO define como Patrimônio Imaterial da Humanidade, dentre 178 práticas culturais ou tradicionais, a dieta mediterrânea, a culinária tradicional do México, o pão de mel croata e a gastronomia francesa, incluindo aqui seus rituais, apresentação e preparo da comida.
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