Em um livro célebre, intitulado O sistema da moda, Roland Barthes (1979) chamou atenção para o que denominou de a regra dos “três vestuários”: o vestuárioimagem, o vestuário escrito e o vestuário real. Para o autor, o então chamado “sistema da moda” deveria ser analisado, levando-se em conta as matrizes semânticas que a moda erigiu a partir de sua difusão e circulação na sociedade contemporânea. Inspiradas no texto barthesiano, nosso objetivo será abordar a culinária a partir da sua expressão escrita, que chamamos de “culinária de papel”. Por “culinária de papel” entendemos todo material impresso sobre a arte de cozinhar e/ou relativo às diferentes cozinhas e culinárias existentes. Nosso universo inclui vários tipos de livro sobre culinária: livros antigos e recentes, disponíveis em livrarias e bibliotecas, fichários ou cadernos de receitas que se encontram ainda em muitas casas, conventos, hotéis, castelos, hospitais e instituições, como fábricas, empresas, escolas, orfanatos e prisões, e inclusive livros de crítica gastronômica. Embora ao longo do século XX tenha aumentado bastante o número de publicações de livros e revistas que apresentam e vendem uma culinária impressa, pouco ou quase nada se escreveu sobre esse tipo de literatura
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