Objetiva-se, neste estudo, analisar contos de Machado de Assis nos quais a temática está vinculada à relação entre o artista e seu talento – ou a falta dele – em relação à arte. Em “Vênus! Divina Vênus!” (1893) e “Aurora sem dia” (1870 – 1873) a história é protagonizada por pseudo-artistas, pois tanto Ricardo, de “Vênus! Divina Vênus!”, quanto Luis Tinoco, de “Aurora sem dia”, demonstram desconhecer o ofício e não ter nenhum talento para a criação. Já “Habilidoso” (1885), se atém à questão da arte e do artista na contística machadiana. Em “O Machete” há a sobreposição de duas histórias: a do amor de Inácio Ramos pela arte e pelo violoncelo e a da dupla traição de sua mulher que o abandona por um tocador de machete. Por fim, em “O homem célebre” e “Cantiga de esponsais”, o centro do problema posto pela narrativa parece estar no impasse do artista entre “cultura popular”e “cultura erudita”.
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