Acho que foi o professor Bruno Kiefer quem mais chamou a atenção para a questão da polca brasileira e sua diferença para os modelos daquela dança de salão que aportou no país e celebrizou-se por volta da primeira metade do século XIX. Mais adiante, assimilada a novidade, dizia ele que, de alguma maneira, o povo carioca combinara a rítmica da Habanera (originária de Cuba e Haiti), mais lenta, com a polca de andamento rápido e saltitante que proviera da região da Boêmia. O resultado inicial, num esforço de arredondamento, pode ser apreciado no grande “sucesso” de 1902, a polca Só para Moer de Viriato Figueira, gravada por Patápio Silva, com acompanhamento de piano, “para a Casa Edson, Rio de Janeiro”. Se se apressa um pouco o andamento, chega-se àquele ritmo que Ernesto Nazareth dá à mão esquerda no Apanhei-te Cavaquinho.
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