Rem plantada. Não caída de cima: surgida de baixo. Ocre, cor ck mel queimado. Cor de sol enterrado há mil anos e desenterlado ontem. Frescas listras verdes e alaranjadas cruzam seu corpo ainda quente. Círculos, gregas: restos de um alfabeto dispersado? Barriga de mulher grávida, pescoço de pássaro. Se lhe tapas e destapas a boca com a palma da mão, ela te respondeC0111 um murmúrio profundo, borbotão de água brotando; .se lhe .golpeias a pança com os nós dos dedos, solta um riso de moedinhas de prata caindo sobre as pedras. Tem muitas línguas, fala o idioma do barro e do mineral, o do ar correndo entre as muralhas do vale, o das lavadeiras a lavar, o do céu quando se zanga, o da chuva. Vasilha de barro cozido: não \ 31 ponhas na vitrina dos objetos raros. Faria mau papel. Sua " ; ,; beleza está aliada ao liquido que contém e à s~de que sacia. -.!. Sua beleza é corporal: vejo-a, toco-a, cheiro-a, ouço-a. Se está ~..:vazia, é preciso enchê-Ia; se está cheia, é preciso esvaziá-Ia. Tomo-a pela' .asa torneada, como a uma mulher pelo braço; --levanto-q-, Inclino-a sobre um jarro em que derramo leite ou pulque -: líquidos lunares que abrem e fecham as portas do, mlanhecer e do anoitecer,' do despertar e do dormir. Não é um objeto para' contemplar, mas para dar de beber.
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