No grande mercado do acessório e do supérfluo, os produtos correntes do artesanato moderno são cotados por atributos que, pretendendo distingui-los dos produtos industriais pela «qualidade», introduzem um gosto arbitrário: o típico, o pitoresco e o espontâneo, na medida em que são provocados, representam categorias predominantes de um comércio especial, não identificáveis com a «natural simplicidade e beleza» do manufacto artesanal. Dizer então que o artesanato já não existe ou está a decair poderá ser esquemático e redutor não só em relação à variedade de peças que produz, como ramo inferior da indústria mas, acima de tudo, se o considerarmos como um processo de trabalho livremente programado na origem e, em seguida, condicionado e limitado.
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