O território constitui um elemento central de soberania que, no entanto, necessita de ser recalibrado neste início de Séc XXI. Neste contexto, o digital induziu a transformação de como a informação circulava (e era transferida) alterando definitivamente as relações de poder e o valor do confinamento físico que era proporcionado pelas fronteiras. Deste modo, são necessárias novas fronteiras que contemplem o digital e garantam novos processos de regulação físicos e virtuais. Mecanismos como os associados com a organização de redes e a participação pública exigem novos modos de organização, mais distribuídos e, ironia das ironias, menos dependentes de interacções verticais de informação – incapazes de responder em tempo útil aos constantes desafios colocados pelo aumento de escala e de complexidade e por uma realidade muito volátil, de geometria variável e nada respeitadora de modelos. A governação enquanto conjunto de processos associados com a tomada de decisão e sua implementação, envolve um conjunto de actores que tem de ser estruturados para se obterem sistemas úteis. O governo pode ser entendido como um destes actores. Deste modo, a governação pode ser tomada como um aliado do governo para lidar com esta nova realidade da Sociedade da Informação e do Conhecimento que se materializa perante nós a uma velocidade vertiginosa. As fronteiras digitais constituem uma nova preocupação e impõem-se como um dos elementos de sobrevivência do Estado e da sua soberania. A resposta que a e-governação proporciona é também um potencial recurso para reestabelecer os equilíbrios entretanto perdidos com a crise financeira, depois económica e agora social, iniciada em Setembro de 2008, mas com raízes temporais mais profundas.
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