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O presente artigo procura descrever as diferenças entre as partituras editadas e as fontes manuscritas dos Estudos 2 e 3 para violão solo de Camargo Guarnieri (1907 – 1993). Esses manuscritos encontrados no arquivo pessoal do compositor, atualmente locado no IEB — Instituto de Estudos Brasileiros — da Universidade de São Paulo são autógrafos de Guarnieri, mas tampouco temos certeza se são os mesmo manuscritos enviados para edição. O problema enfocado neste artigo se origina da prática das edições/ revisões realizadas por instrumentistas, cujos objetivos de adaptação da obra ao idiomático instrumental se contrapõe a uma versão fiel à notação do autor. Em se tratando de compositores não violonistas, as alterações muitas vezes se fazem necessárias, contudo a falta de um texto crítico musicológico faz com que a versão elaborada pelo revisor constitua a única versão da obra, enquanto deveria ser apenas uma proposta, aberta a discussões ulteriores, realizadas por outros pesquisadores. Assim, nosso objetivo em relação à comparação desses manuscritos com a edição é fornecer uma fonte prática para que intérpretes — de posse da edição comercial — possam elaborar suas próprias versões. As comparações realizadas nesse artigo permitirão — além da investigação da própria dinâmica de elaboração desses manuscritos — verificar o grau de proficiência da escrita instrumental do autor, uma vez que os manuscritos aqui utilizados expressam — se não de forma definitiva, pelo menos de algum determinado momento — o plano do autor para cada obra. Serão realizadas observações quanto às causas e efeitos dessas alterações em relação à exeqüibilidade e a questões idiomáticas do instrumento e serão também consideradas as implicações dessas modificações em relação ao discurso musical. Para tanto, realizaremos uma introdução contendo breve contextualização histórica dos estudos em questão.
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