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Uma das grandes questões com que se debate a crítica literária contemporânea relativamente à chamada literatura infantil é a da sua legitimação enquanto corpus textual passível de uma abordagem científica sob o prisma de uma literatura de qualidade. De facto, ainda que à literatura infantil lhe seja unanimemente reconhecido um relevante papel na iniciação estética e leitora da criança1 , ela tem sido concebida como um objecto de estudo frequentemente menor ou como um objecto cuja concretização em termos de material estético não parece ser percebida como de natureza idêntica à da literatura maioritariamente lida por leitores adultos. Apresentando-se, frequentemente, como uma literatura cosmopolita (Diogo, 1994: 7) e como uma literatura “anexada” (Pires, s/d: 63-64) ou “gañada” (Cervera, 1991), as suas demarcações topológicas não parecem ser facilmente delimitáveis (Hunt, 1990), uma vez que, para além da natureza e especifidade do objecto em causa, a própria designação se revela também factor gerador de múltiplas tensões e ambiguidades2 .
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