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O século XX sofre de excesso de imagens terrivelmente fortes. Parece fácil escolher uma delas para o simbolizar. Só as guerras sugerem-nos uma boa mão-cheia de instantâneos: dos “cogumelos” de Hiroxima e Nagasáqui aos helicópteros e ao napalm do Vietname, das guerras coloniais à bandeira de Iwo Jima… Mas há ainda os campos de concentração e o Holocausto, a moda, os movimentos dos anos 60 do século XX, os Beatles ou o Maio de 68, Elvis Presley ou Marilyn. E há a ciência, há Einstein. E há a Depressão de 1929 ou os arranha-céus. Escolhemos esta fotografia da Queda do Muro de Berlim por pensarmos que ela é muito rica e pode ser explorada até à exaustão: por um lado há o Muro, símbolo da Guerra Fria, quase mais perturbador e sinistro do que a guerra aberta propriamente dita, com uma cidade dividida a meio no coração da Europa, janelas entaipadas, famílias separadas, arame farpado. Depois, num segundo momento, o odioso muro cinzento é coberto de graffitis, símbolos da revolta e da cor contra a opressão. No fim, o Muro é derrubado; e por entre uma das primeiras fendas, sobre a espessura do betão triunfa o amor numa das suas manifestações mais intensas: o beijo de dois jovens – símbolo da esperança de um mundo melhor. Esta imagem é de tal forma rica para a abordagem dos conteúdos do 9.° ano, que ela própria constitui uma síntese das contradições da nossa época contemporânea.
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